PASTOR JOSÉ PAULINO ESTUMANO DE MORAIS, SEGUNDO PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA DE DEUS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, NO PERÍODO DE 1919 A 1923
Evangelista, pastor e antigo líder
das Assembleias de Deus no Rio Grande do Norte e Amazonas.
Conhecido também como José Morais,
nasceu em 22 de julho de 1881, na vila de Carapajó, município de Cametá (PA).
Converteu-se ao Evangelho em 1902, na Igreja Batista, tendo sido batizado nas
águas pelo pastor Almeida Sobrinho, em 10 de janeiro de 1903. Em 1917, creu na
doutrina pentecostal e recebeu o batismo no Espírito Santo.
Conhecido o seu comportamento e a sua
vocação para o ministério, a 15 de dezembro de 1919, foi consagrado evangelista
pelo missionário Gunnar Víngren a fim de atender a necessidade sempre crescente
de obreiros. Como evangelista, atendeu satisfatoriamente a várias igrejas e
congregações assistidas pela Assembléia de Deus em Belém, na época o QG da
nossa denominação. Entre as muitas igrejas e congregações por ele assistidas,
constam as AD em Timboteua, Autaz Mirim e Miracoera, todas localizadas na selva
amazônica e por ele fundadas, além de Macapá, onde assumiu o pastorado em
substituição ao pastor Adriano Nobre. Ali foi substituído posteriormente pelo
pastor Josino Galvão de Lima.
Vinte dias depois de trabalhar como
evangelista, recebeu a consagração de pastor, sendo logo designado para assumir
o pastorado da Assembléia de Deus em Natal - RN, em cuja direção já se
encontrava desde o dia 24 de maio de 1918, quando foi empossado pelo seu fundador
– pastor Adriano Nobre. A sua passagem à frente da administração da Assembléia
de Deus em Natal foi de quase três anos, tendo estendido suas atividades
pastorais a várias cidades do estado, deixando fixadas as congregações de
Ceará-Mirim, Macaíba e Nova Cruz, onde batizou os primeiros irmãos. Ao mesmo
tempo, prestou a assistência espiritual necessária aos irmãos que moravam nas
cidades de São José de Mipibu, Goianinha, Vila Nova (atualmente Pedro Velho) e
outras localidades que lhe foi possível visitar.
Por força da idolatria então reinante
no Rio Grande do Norte, as visitas realizadas pelo Pastor José Morais foram
sempre marcadas por perseguições dos párocos locais, como aconteceu em São José
de Mipibu (com o padre Antônio de Paiva) e em Ceará-Mirim (com o padre Pedro
Paulino). Nesta cidade, todavia, aconteceu um milagre na visita que realizou no
dia 20 de março de 1920, quando se encontrava na congregação reunido com os
poucos irmãos ali existentes. Em testemunho dado pelo Pastor José Morais, conta
que naquela ocasião parou defronte da congregação, uma procissão composta por
mais de mil paroquianos, na sua maioria desordeiros e previamente instruídos,
sob a coordenação do padre Pedro Paulino. Parada a procissão, o padre
apresentou-se ao Pastor José Morais, identificou-se como pároco da cidade,
abraçou-o e em seguida falou aos seus paroquianos pedindo respeito ao pastor e
aos seus irmãos, que “também são nossos irmãos”, declarou. Como se não bastasse
essa afirmação, o padre se dirigiu aos seus paroquianos dizendo que Jesus era o
único Salvador, citando as Escrituras, como se fosse um evangélico. Ao mesmo
tempo, franqueou a palavra ao Pastor José Morais para falar à multidão, o que
fez prontamente, aproveitando a oportunidade para anunciar aos presentes a
mensagem do Evangelho, o que contribuiu para edificação espiritual dos irmãos
residentes naquela cidade e dos integrantes da caravana visitante. “No término,
o sacerdote tornou a abraçar-me, enquanto os evangélicos glorificavam a Deus e
a multidão se dispersava mansa e pacificamente”, declarou o Pastor José Morais.
Em Natal, precisamente no dia 28 de
junho de 1920, teve a alegria de receber a visita do missionário Gunnar
Víngren, procedente de Fortaleza - Ceará, que estava de passagem com destino à
Recife, em visita pastoral. Naquela época, o contingente da Assembléia de Deus
local era de apenas 30 irmãos, dos quais 23 compareceram ao culto em que foi
recebido o missionário. Foi grande a alegria e satisfação manifestada pela
igreja ao ouvir o missionário Gunnar Víngren.
Em 1922, no período de 04 de março a
04 de abril, participou da primeira Escola Bíblica, realizada em Belém, sob a
direção do missionário Samuel Nystrõm. De 1924 a 1927, pastoreou a Assembléia
de Deus em Manaus - Amazonas, construindo ali o seu primeiro templo de madeira.
Em Manaus, assumiu o pastorado na vaga deixada pelo pastor Manoel José da
Penha, que falecera.
Na década de 30 e 40, atuou como
pastor Interino da Assembléia de Deus em Belém, durante mais de oito anos,
tendo antes desenvolvido o seu ministério como evangelista Itinerante, com
tempo integral, a fim de melhor atender a necessidade do trabalho sempre
crescente, para o que foi designado em 1927.
Como pastor interino da AD em Belém,
destacou-se ao lado do pastor Alcebíades Pereira de Vasconcelos, por ocasião da
celebração do Jubileu de Prata daquela igreja, na gestão do pastor João Pereira
de Queiroz.
É o que conhecemos da atuação do
pastor José Paulino Estumano de Morais, de saudosa memória, no desempenho do
seu ministério, como parcela de contribuição para o progresso que atualmente se
vê nas Assembleias de Deus no Brasil.
À sua memória, portanto, e aos seus
descendentes, o nosso reconhecimento, na qualidade de integrantes das
Assembléias de Deus no Brasil e, particularmente da Assembléia de Deus em
Natal, onde deixou marcada a sua passagem.
FONTE - INTERNET